MENSAGEM de início de ano do GOVERNADOR PAULO TAVEIRA DE SOUSA

Magia, Paz e Inclusão

Queridas Companheiras e queridos Companheiros:

Bem vindos ao ano rotário 24/25, em que vamos continuar a servir as nossas comunidades. Este ano, com o lema "A Magia do Rotary". É também o ano em que a nossa Presidente Stephanie Urchick nos desafiou a ser irresistíveis! Um dos aspetos mais interessantes do lema são as suas cores dominantes (o laranja e o azul) e o significado que lhes foi atribuído pela nossa Presidente. O laranja é, nas suas palavras, uma cor que simboliza mudança. O azul está associado ao conhecimento e à inteligência, confiança e lealdade, inspirando uma comunicação aberta. Combinadas, estas cores representam a necessidade de avançarmos juntos à medida que nos mudamos a nós mesmos e mudamos o mundo

Todos nós já experimentámos na nossa experiência rotária a Magia do Rotary. Percebemos como os seus valores e princípios nos impulsionam para realizar coisas extraordinárias. A história do Rotary está cheia de realizações julgadas impossíveis, a começar pela epopeia que é, e continua a ser, a erradicação da pólio. No próximo ano, vamos continuar esta história, ainda com mais determinação.

Que magia é que eu vos proponho? Como nos podemos tornar irresistíveis? Construamos a Paz e pratiquemos a Inclusão. Por isso, para sintetizar esta ideia, proponho-vos um lema: "Com o Rotary, rumo a uma sociedade mais pacífica e inclusiva".

Trata-se de uma Proposta de Valor dirigida, em primeiro lugar, às comunidades que servimos. A nossa ação de serviço tem que acrescentar valor na comunidade, sob pena de se tornar irrelevante. Mas este valor tem que ser construído em comunidade, não pode ser algo que nós idealizemos isoladamente e procuremos impor. Daí, o repto de todos, rotários e não rotários, nos empenharmos na construção, dia a dia, de uma sociedade em que imperem os Valores da Paz e da Inclusão.

A Paz de que hoje falamos já não é somente a Paz e Compreensão Mundial classicamente associadas ao Rotary. Claro que estas continuam a ser muito importantes e, infelizmente, pouco efetivas. O Rotary continua profundamente empenhado na criação de Paz e Compreensão Mundial e muitos dos seus programas e iniciativas são inspirados por esse desígnio, como é, por exemplo, o caso do excelente programa das Bolsas para a Paz. Todavia, modernamente e também no Rotary, a Paz tem o significado mais amplo de Paz positiva, no sentido de desenvolvimento humano e social. Hoje, a Paz positiva significa a promoção do desenvolvimento de cada um, no respeito pela sua individualidade e diversidade, e a sua integração em sociedades sustentáveis. Por essa razão, eu vos proponho que esta ideia de Paz positiva tenha 3 eixos de atuação. O primeiro é a promoção da Paz nas nossas relações interpessoais (a Paz com os Outros), em que o principal motor seja a Diversidade, Equidade e Inclusão. Promover a satisfação de necessidades e aspirações de cada membro da sociedade (cada um conta!) no respeito pela sua diversidade, com o objetivo de todos incluir num ambiente positivo e acolhedor, criando proativamente oportunidades para assegurar equidade no acesso aos bens da civilização. Nesta linha se situa o programa rotário de empoderamento feminino, a que seguramos daremos continuidade. O segundo eixo da Paz positiva tem a ver com a nossa relação com a Natureza (a Paz com a Natureza). Hoje, conhecemos bem as consequências da ação humana desrespeitadora do Ambiente. Não tem futuro, é profundamente egoísta e irresponsável e está fadada para criar um mundo inabitável para todos os demais, quer seja a geração atual, quer sejam as futuras. O desenvolvimento ou é sustentável ou não é desenvolvimento. O Rotary tem um papel liderante na promoção de uma nova relação com o Ambiente, desde logo dando o exemplo nas suas iniciativas e eventos. O terceiro eixo da Paz positiva é a paz interior (a Paz connosco próprios). É indispensável pensarmos em cada ser humano e não tratá-lo como um número de uma estatística. A paz só existe se cada um de nós estiver em paz. Aqui se filiam todos os programas de promoção da saúde mental, criados no ano de 23/24 e que continuam a ter todo o cabimento.

Para nós rotários a Paz não se pode dissociar de um outro grande desígnio, a erradicação da Pólio. Não há paz com o vírus da pólio em circulação. É um ponto de honra, plenamente assumido aos vários níveis da nossa Organização, terminarmos esta tarefa. Estamos cada vez mais próximos da meta e as notícias que vamos recebendo são animadoras. Mas, para isso, não há limites aos nossos esforços. A Pólio será erradicada, custe o que custar, demore o que demorar. Só nesse momento nós, rotários, poderemos estar em paz!

Uma palavra sobre Inclusão. Poder-se-ia dizer que já esta inserida no conceito amplo de Paz positiva. Mas convém autonomizá-la para marcar a sua importância. De algum modo, a Inclusão é a ideia chave da Paz. Na linha de Martin Luther King, podemos dizer que é um sonho, desde logo porque é algo que nunca está acabado e deve merecer a nossa atenção permanente. Criar condições para que todos e cada um, na sua diversidade, se sintam acolhidos e respeitados é uma tarefa altamente exigente, que reclama o melhor de cada um de nós. Nas mais pequenas coisas da nossa vida, há lugar a esta preocupação e ela está ao nosso alcance, se estivermos devidamente atentos. Também na vida interna do nosso Distrito e dos nossos clubes, a Inclusão tem de estar presente e, se a praticarmos reiteradamente, não tenho dúvida de que muitos problemas se dissiparão, como se fosse por magia!

Uma reflexão final sobre a necessidade de expansão do quadro social do nosso Distrito. Temos diante de nós desafios muito sérios nesta matéria, sendo as grandes prioridades a retenção dos atuais sócios e a conquista de novos associados que nos ajudem a mantermo-nos plenamente sintonizados com as comunidades e as suas necessidades. Também aqui devemos praticar a Diversidade, Equidade e Inclusão. Como tem dito a nossa Presidente Stephanie Urchick "qualquer um que tenha coração e mãos para servir pertence ao Rotary – e espero que vocês se juntem a mim e estejam abertos a receber as futuras pessoas de ação – mesmo que – e, em alguns casos, especialmente se – elas não se pareçam nem ajam como o típico associado do clube local". Mas, para não nos perdermos, temos de ter objetivos precisos. Eu não tenho dúvidas de que, no nosso Distrito, a solução passa pela criação de novos clubes, adaptados no seu modo de funcionamento às caraterísticas das comunidades em que surgirem, e pela admissão de mais mulheres e de pessoas jovens. Temos gritantes lacunas de Rotary nos nossos territórios, em especial nas zonas mais densamente povoadas, em que a nossa presença é, em certos casos, irrisória ou mesmo inexistente. É preciso trazer mais pessoas de ação para o Rotary, pessoas de boa vontade, comprometidas com os nossos Valores, que nos ajudem a construir uma sociedade mais pacífica e inclusiva! Não existem? Sim, existem, só precisamos de as encontrar! Há obstáculos internos ao crescimento? Mudemos tudo o que tiver de ser mudado, com exceção dos nossos Princípios e Valores. E pensemos todos nas experiências que os nossos clubes proporcionam aos seus membros e aos demais participantes. Eis outra questão chave: se não tivermos clubes atraentes, ativos e acolhedores, não conseguiremos reter os sócios nem conquistar novos. Esta é uma tarefa de todos. Todos, todos todos, como disse em Lisboa o Papa Francisco, são necessários para levar a cabo este desígnio.

Espalhemos irresistivelmente a Magia do Rotary! 

Um grande ano para todos!

Paulo Taveira de Sousa - Governador D1960 | 2024-25